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XX Encontro Nacional da FENAFIM Encontro discute reconhecimento dos fiscais municipais09/06/2004
Mais de 300 auditores e fiscais de tributos municipais de todo o Brasil estiveram reunidos na semana passada em Porto Alegre discutindo a eficiência da Administração Tributária. O XX Encontro Nacional dos Auditores e Fiscais de Tributos Municipais discutiu questões como Simples Nacional e seus reflexos nos municípios, alternativas para o aumento da receita e limites da fiscalização. O evento foi promovido pela Federação Nacional dos Auditores e Fiscais de Tributos Municipais (Fenafim) em parceria com a Associação dos Agentes Fiscais da Receita Municipal de Porto Alegre (Aiamu). Os auditores e fiscais municipais reivindicam a sua fortificação como carreira típica de Estado. A medida possibilita aos profissionais desenvolver seu trabalho com maior autonomia, uma vez que sua obrigação é proteger as instituições - União, estados ou municípios - e não os interesses dos governantes, atrelados a partidos políticos. O presidente da Fenafim, Luiz Antonio Barreto, citou o caso da crise econômica como um exemplo da necessidade de independência do Fisco. "A situação que enfrentamos deixou claro como é importante ter um Estado independente, com regulamentações", afirmou. O presidente do Instituto Brasileiro de Altos Estudos de Direito Público e professor da Pucrs e Ufrgs Juarez Freitas também defende a Administração Tributária como carreira de Estado. Segundo ele, é uma garantia dos contribuintes. A Administração Tributária precisa ter autonomia funcional e independência das políticas transitórias. O presidente da Fundação Escola Superior de Direito Tributário (Fesdt), Luiz Antonio Bins, ressaltou a importância da administração tributária dentro do Estado. "Os dois estão ligados, não existem por si só e devem atuar em conjunto." A administração tributária existe para possibilitar que o Estado realize seus fins, é a fonte de custeio para que ele realize suas atividades e, dentro disso, tem função relevante. Dessa forma, os fiscos devem atuar integrados e precisam de autonomia para ter prerrogativas e conseguir exercer seu papel. Prefeitos desconhecem alternativas para ampliar receitas Nos últimos anos, surgiram novos instrumentos que permitem aos cofres públicos ampliar sua arrecadação sem recorrer à elevação dos impostos. Uma saída são as parcerias com a iniciativa privada, como a transferência de serviços públicos por meio de concessões. Outra possibilidade de ampliação é o uso de mobiliário urbano, desenvolvido em cidades como Porto Alegre e Curitiba por meio das propagandas em abrigos de ônibus. Entre as novidades, Silva destaca os naming rights (direito sobre a propriedade de nomes). A prática da concessão de direitos de nome é bastante comum entre empresas, que compram ou alugam o nome de algum estabelecimento de espetáculos culturais ou esportivos trocando para o nome da própria empresa ou de algum produto relacionado. As prefeituras pouco exploram essa possibilidade. No Rio de Janeiro, ela é aplicada na concessão do estádio olímpico João Havelange, arrendado pelo Clube Botafogo. Embora pareça pouco, o recurso gerado vale muito. Um estudo feito pela Ernst & Young para a Cidade da Música, a ser inaugurada no Rio de Janeiro, mostra que a fonte efetiva de recursos por meio do naming rights poderá chegar a aproximadamente R$ 4 milhões ao ano. "No setor privado, a prática já é comum em arenas como o Music Hall", exemplificou. Novas tecnologias melhoram eficiência O uso das novas ferramentas requer não só investimentos em máquinas e softwares como também o treinamento de pessoal. Segundo a agente da Secretaria Municipal da Fazenda de Natal Maria Gorette de Araújo Cavalcanti, essa é uma das dificuldades para a implantação da NF-e. Assim como os estados conquistaram linhas de financiamento para desenvolver o novo sistema, da mesma forma os municípios precisam obter recursos para dar continuidade ao projeto. Ela reconhece que para as cidades menores implantar a NF-e é um processo mais difícil. Para algumas, o mais prático seria acessar gratuitamente o programa disponibilizado pela Receita Federal em seu portal. Durante o encontro, foi apresentado o projeto-modelo de ampliação da Declaração Eletrônica de Instituições Financeiras, desenvolvido inicialmente em Belo Horizonte, Minas Gerais. O documento fiscal de existência digital é a única forma de controle sobre as instituições financeiras. Conforme a auditora fiscal de Belo Horizonte Cláudia Tereza Pereira Pena, no ano passado diversas cidades desenvolveram sua versão da DES-IF, o que gerou um pedido por parte da Federação dos Bancos para que seja feita uma padronização. Contadores atuam como parceiros Segundo Franceschi, a aproximação com os profissionais do setor contábil é fundamental. Ele defende um Fisco que não trabalhe fechado e isolado, mas que se modernize. A carga de impostos já é alta, bem como o custo de todas as obrigações acessórias, do recolhimento e da apuração. Ao considerar que o contribuinte deve atender às exigências e obrigações acessórias dos três entes federados - União, estados e municípios -, o presidente da Aiamu diz que fica mais evidente o grande trabalho gerado por essas questões. "O contador paga um preço por todas essas obrigações juntamente com as empresas, atendendo a toda a burocracia." Para ele, só se pode evoluir estando emanado nisso. Fonte: Jornal do Comércio/ JC Contabilidade, 3 de dezembro de 2008. |
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