Campinas está se mantendo no topo de melhor local para viver entre as 14 cidades brasileiras com mais de 1 milhão de habitantes — 12 delas capitais —, segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal, organizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Desde 2000, a cidade ocupa o primeiro lugar no ranking em educação e o segundo em saúde, atrás apenas de Curitiba, mas permanece mal no item geração de postos de trabalho e remuneração do trabalho formal, com a 12 posição. Só estão piores na geração de emprego as cidades de Guarulhos e Brasília.
No índice geral, formado pela nota média dos indicadores, Campinas saiu da segunda posição em 2000 para a primeira em 2007 entre as cidades com mais de 1 milhão de habitantes. Comparando com todas as cidades brasileiras, Campinas deu um salto significativo no período, passando da 132 posição para a 43.
Para o prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT), mesmo na 12 posição em emprego e renda, a situação de Campinas é bastante privilegiada. Ele acredita que no próximo ano, quando sair o novo indicador, a cidade estará melhor posicionada porque o desenvolvimento econômico mais significativo ocorreu nos últimos três anos e não foi medido pela Firjan, que divulgou no final de semana os números relativos a 2007. “Se pegarmos dados para 2009 e 2010, certamente seremos os primeiros no Estado de São Paulo. Tivemos grande melhoria na indústria e serviço, que puxaram bastante o emprego em Campinas, não só na quantidade mas também na qualidade”, afirmou.
O índice considera o desempenho dos municípios em emprego e renda, educação e saúde, e o indicador, na média ponderada dessas áreas, varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento da localidade. Assim, as cidades que aparecem com o índice entre 0 e 0,4 são consideradas de baixo estágio de desenvolvimento. Já as cidades que estão entre 0,4 e 0,6 são consideradas de desenvolvimento regular. Entre 0,6 e 0,8 são consideradas de desenvolvimento moderado e entre 0,8 e 1,0 são cidades de alto desenvolvimento.
O problema desse indicador é a defasagem de tempo. A Firjan divulgou nesta semana informações com uma defasagem temporal de três anos. Em 2008, primeiro ano da divulgação do índice, a entidade trouxe as informações do período de 2000 a 2005. O estudo mede as condições de vida da população e distingue-se dos demais por ter periodicidade anual, recorte municipal e abrangência nacional, permitindo a orientação de ações públicas e o acompanhamento de seus impactos sobre o desenvolvimento dos municípios. O mais bem-sucedido entre os demais indicadores, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M), criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), por exemplo, baseia-se em dados do censo demográfico, realizado a cada dez anos.
Se comparada com cidades acima de 500 mil habitantes, Campinas está em terceiro lugar no indicador geral, atrás apenas de Ribeirão Preto e Sorocaba. Na educação, aparece em sexta posição; na saúde, em terceira, atrás de Curitiba e Londrina, e, em emprego e renda, está em 21 lugar. Entre 2000 e 2007, Campinas saltou da 316 posição nacional para 101 em emprego, piorou em educação, ao sair da 395 para 531 posição e avançou entre as cidades brasileiras da 540 para 359 em saúde.
Cenário favorável
“Campinas tem uma situação bastante favorável em relação ao País e, mesmo quando comparamos com cidades do mesmo porte, é possível ver que tem conseguido manter posições. Emprego é um problema para as grandes cidades, que sofrem pressão das populações de cidades vizinhas”, afirmou o economista e consultor José Pedro Toledo. O setor de serviços, segundo ele, é o grande gerador de emprego nas grandes cidades. “A interiorização da indústria tem sido a grande propulsora de empregos nas cidades médias e pequenas”, disse.
É por motivos como esse que Hortolândia obteve o melhor resultado nacional da geração de emprego e renda. Segundo a Firjan, a cidade é importante polo tecnológico e industrial do País, conta com empresas de grande porte nas áreas de computação, metalurgia, siderurgia, farmácia e material de transporte. Entre as 50 cidades melhor situadas no ranking da geração de emprego e renda no País, cinco estão na Região Metropolitana de Campinas (RMC): Hortolândia (1), Sumaré (4), Indaiatuba (8), Vinhedo (35) e Valinhos (50).